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Uma breve biografia

(Biografia feita para o Samba UNE)

(Revisada em 02-08-2020) - Renato da Cunha Fialho nasceu no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1934, na Ilha do Governador.

Na infância morou nos bairros de Todos os Santos, Piedade, Icaraí (Niterói) e Irajá. Foi aos 11 anos de idade que Fialho conheceu o samba, já que sua casa tinha como vizinho de fundos o terreno onde ensaiava a extinta Escola de Samba Unidos de Irajá. Além disso, praticava futebol nos campos de pelada do bairro revelando-se um exímio jogador, fato que o fez se aproximar ainda mais das camadas humildes, da população local e de vários sambistas renomados no bairro.

Assim cresceu o nosso compositor recebendo todas essas influências e tendo importante reforço da irmã mais velha, Jurema, que, além de alfabetizá-lo, manteve-o sempre em íntimo contato com o mundo das artes, com destaque para a música e a poesia.

Renato sempre foi um autodidata em todas as funções que exerceu durante a vida. Foi funcionário do Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ) na década de 1950, especialista em técnica bancária, sendo mais tarde indicado para programador visual da comissão de fusão deste banco com o BEG, de onde nasceu o BANERJ.

Trabalhou neste cargo até 1985 e nesse percurso foi, juntamente com o fotógrafo e pandeirista Henrique Sodré, co-autor do design das marcas do BANERJ. Foi Fialho quem apresentou sugestão para a personalização da linha de cheques para o novo banco em meados da década de 1970.

ARTE, AMOR E PAIXÃO

Em 1959, Renato conheceu e se apaixonou pela jovem Soeli, com quem viria mais tarde a se casar e que o impulsionou em sua carreira artística.

Soeli, essa grande companheira, está sempre presente em todos os eventos, junto com seu marido, e não mede esforços para a divulgação da nossa boa música.

O encontro de Fialho com as artes plásticas começou em meado dos anos sessentas.

Projetou-se como artista plástico nas décadas de 60 e 70 sendo laureado por duas vezes no Salão Nacional de Belas Artes, com o qual rompeu por discordar das normas acadêmicas que tentaram lhe impor como também por divergências de ordem política.

Na década de 1970, concedeu entrevista a Revista Cigarra, que dedicou-lhe três páginas ilustradas.

Mas, só após a aposentadoria, lançou-se no mercado das artes expondo seus trabalhos em várias exposições coletivas ou individuais.

Como um admirador da nossa música freqüenta as quadras de todas as escolas de samba, com assiduidade, desde a década de 80 acompanhando principalmente a Velha Guarda da Portela, mais focado no trabalho do compositor Monarco que acabou se tornando um grande amigo seu. Na Portela foi reconhecido pelo seu trabalho como compositor do samba de terreiro “Saga de Zumbi”, em parceria com Beto Fininho, tornando-se um dos integrantes da Ala dos Compositores daquela agremiação, em 2006.

Em 1996, Renato começou a promover em sua residência em Jacarepaguá um evento chamado “Segunda Sem Lei”, que passou a ser programa obrigatório dos grandes sambistas e compositores cariocas, tais como Zé Ketti, Osmar do Cavaco, Guaracy 7 Cordas, Camunguelo, João da Valsa, Darcy da Mangueira, Darcy Maravilha, David do Pandeiro, Samuca da Mangueira, Genuíno da Mangueira, Olavo do Bandolim, Argemiro, Pedrinho, Zezinho da Mangueira, Clóvis do Violão, Marília Bevilaqua, Pecê Ribeiro, Riko Dorileu, Noca da Portela, Bandeira Brasil, Serginho Procópio, Pedro Amorim, Geisa Ketti, Onésio Meirelles, Beto Fininho, Vanderlei Monteiro, Iracema Monteiro, Xangô, Rochinha, Eliane Faria, Charles, Osmar do Breque, Cerole, Surica, Eunice, Daniel 7 Cordas, Ilton e Hilda do Candongueiro e muitos outros.

A partir desta roda, o espírito poético e musical de Renato aflorou para a melodia do samba, pássando então a compor com muitos destes freqüentadores de seus eventos. Podemos citar como seus principais parceiros David do Pandeiro e Beto Fininho com quem compôs o samba, junto com Cerole e Ricardo, que chegou à semifinal na escolha do samba enredo da Portela em 2006.

Ainda em sua residência, realizou o evento “Conversa Fialho”, no qual freqüentavam, além dos compositores já citados, o famoso Ratinho, que se tornou padrinho do evento. Em sua casa, em 2006, foi gravado o CD “Império Serrano – Um Show de Velha Guarda”.

Atualmente, Renato se apresenta, esporadicamente, em eventos promovidos por amigos como “O Samba UNE”, “Pomba Rolou” do compositor Flávio Oliveira, “Samba Com Humor” de Pecê Ribeiro no Café Cultural e muitos outros.

Seus principais parceiros, são Beto Fininho, David do Pandeiro, Rogério Bicudo, Vanderlei Monteiro, Pecê Ribeiro, Flávio Oliveira, Argemiro, Guaracy 7 Cordas, etc.

Autor de várias composições, apenas uma foi gravada, por duas vezes. Trata-se de “Vou-me Embora Prá Bem Longe”, em parceria com Argemiro e Guaracy 7 Cordas, no CD “Argemiro Patrocínio”, cantada na faixa 13 pelo próprio Argemiro e na faixa 16 por MorenoVeloso.

“O Samba UNE” tem a honra e o prazer de poder contar hoje com a presença deste grande artista, que, a exemplo de Geisa Ketti, que aqui se apresentou, também não se considera cantor, mas compositor, e da melhor qualidade.

Saudamos e recebemos este companheiro reverenciando-o pelo incansável trabalho que vem ao longo dos anos desenvolvendo pelo nosso querido samba.

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